Literatura- Cláudio Manoel da Costa
Literatura- Cláudio Manoel da Costa


                  Cláudio Manoel da Costa  


                     

              Cláudio Manuel da Costa, advogado, magistrado e poeta, nasceu em Vila do Ribeirão do Carmo [hoje, Mariana], em 5 de junho de 1729, e faleceu em Ouro Preto, MG, em 4 de julho de 1789.

              Seguiu para Lisboa e daí para Coimbra, em cuja Universidade se formou em Cânones, em 1753. Ali publicou, em opúsculos, pelo menos três poemas, Munúsculo métrico, Labirinto de amor e o Epicédio consagrado à memória de Frei Gaspar da Encarnação. Nesses livros, a marca poética do Barroco seiscentista é evidente, nos cultismos, conceitismos e formalismos caraterísticos daquele estilo. Adotou o nome arcádico de Glauceste Satúrnio.

              Ainda em Portugal sentira de perto o aspecto renovador do Arcadismo, implantado com a fundação da Arcádia Lusitana em 1756. A publicação em 1768 das Obras constitui o marco inicial do lirismo arcádico no Brasil. Depois compôs o poema épico Vila Rica, pronto em 1773 mas publicado somente em 1839, em Ouro Preto. O respectivo "fundamento histórico" havia sido dado a lume pelo jornal O Patriota, do Rio de Janeiro, em 1813, sob o título de "Memória histórica e geográfica da descoberta das Minas". É a descrição da epopéia dos bandeirantes paulistas no desbravamento dos sertões e suas lutas com os emboabas indígenas, até a fundação da cidade de Vila Rica. O poema é importante porque, apesar de fiel aos cânones do Arcadismo, destaca-se pela temática brasileira, conferindo a Cláudio Manuel da Costa o título maior de fundar uma literatura que significasse a incorporação o Brasil à cultura do Ocidente.

              Nas décadas de 70 e 80, escreveu várias poesias em que mostra preocupação com problemas políticos e sociais, publicadas na maior parte por Ramiz Galvão em 1895.

              Atemorizou-se no interrogatório, comprometeu os amigos e, por certo desesperado em conseqüência, suicidou-se no cubículo da Casa dos Contos, onde fora encerrado, aos 60 anos de idade, em julho de 1789. Era solteiro e deixou filhos naturais. Obras: Munúsculo métrico (1751); Epicédio em memória de Frei Gaspar da Encarnação (1753); Labirinto de amor (1753); Obras (1768); Vila Rica (1839); Foram reunidas em Obras poéticas (1903), contendo a reimpressão do que deixou inédito ou esparso, e um estudo sobre a sua vida e obras, por João Ribeiro.