Literatura- Silva Alvarenga
Literatura- Silva Alvarenga

                                           Manoel Inácio Silva Alvarenga

 


                                                      


              Escritor e poeta do arcadismo brasileiro nascido em Vila Rica, capitania de Minas Gerais, que ao lado do perfeccionismo dos versos, transmitiu em sua arte poética um sentimento que o distinguiu dos demais árcades mineiros. Mestiço e pobre, filho bastardo do músico Inácio da Silva Alvarenga, com a ajuda de amigos, aos dezenove anos foi estudar Humanidades no Rio de Janeiro, e depois de dois anos foi para a Portugal iniciar estudos superiores na Universidade de Coimbra (1771). 

              Acusado de cultuarem as idéias revolucionárias francesas e de subversão contra a Coroa portuguesa, por denúncia do frei Raimundo e do rábula José Bernardo da Silveira Frade, foi preso a mando do Conde de Resende, então vice-rei, que determinou o fechamento da Sociedade Literária do Rio de Janeiro e o encarceramento dos seus sócios. 

              Permaneceu no cárcere dois anos e oito meses, sujeito a rigorosa e humilhante devassa, confiada ao juiz Antônio Diniz da Cruz e Silva, que já servira na devassa da Inconfidência Mineira. Posto em liberdade (1797) por ordem de d. Maria I, ante a falta de provas concludentes para a sua condenação, publicou a primeira edição de Glaura: Poemas eróticos, na Oficina Nunesiana, Lisboa (1799). Voltou a ensinar e colaborou (1813), juntamente com o seu companheiro da Sociedade Literária do Rio de Janeiro, Mariano José Pereira da Fonseca, futuro marquês de Maricá, em O Patriota (1813-1814). Com a fundação de O Patriota, tornou-se um dos primeiros jornalistas brasileiros. Faleceu em 1° de novembro, no Rio, solteiro, sem deixar descendentes. Outras publicações importantes foram Desertor das Letras (1774 ), A gruta americana (1779) e o poema Às artes (1788) e a segunda edição de Glaura: Poemas eróticos (1801) na Oficina Nunesiana, Lisboa.