Literatura- Humanismo e Classicismo
Literatura- Humanismo e Classicismo

                                                          O Humanismo e Classicismo

 

  

              O Renascimento refere-se a um conjunto de mudanças profundas produzidas na cultura e na sociedade Européias, nos séculos XV e XVI. Este movimento veio contrastar com o período Gótico, fazendo a transição da Idade Média para a Idade Moderna, da cultura teocrática medieval para uma ordem intelectual profana. Ouve um novo interesse, da parte dos sábios do Renascimento, pelos textos da antiguidade clássica (em Latim e Grego) em detrimento da escolástica medieval. Autores clássicos como Cícero ou Sêneca voltaram a ser lidos com um interesse acrescido.

Desenvolvimento

              Os primeiros a serem chamados Humanistas foram os estudiosos que encontravam textos em Latim e em Grego, sendo um humanista um simples professor de Latim; o stud ia humanitatis, que estudavam filologia, gramática, retórica, línguas, literaturas.

Nascimento do Humanismo

 

              O humanismo nasceu em Florença, nas últimas décadas do séc. XIV. Petrarca (1304-1374) foi o primeiro a colocar o homem como sendo o centro de toda ação e como agente principal no processo de mudanças sociais. Baseou seem Cícero para o estudo dos modelos clássicos, e em Virgil para os modelos do latim. Este novo interesse fez com que se explorassem as escolas monásticas em busca de documentos perdidos. Uma das mais importantes descobertas foi feita por Poggio Bracciolini, que pensa se descoberto as obras completas de quinze diferentes autores, entre eles os trabalhos artísticos e arquitectónicos de Vitrúvio, o tratado De Architectura, descoberto na biblioteca do mosteiro beneditino de Saint-Gall. Foi pela descoberta deste documento que se deram as bases da arquitectura humanista, pois não só era a única referencia ao modo de construção da Antiguidade como dava ainda informação essencial para a formulação do Classicismo na arquitectura.

 

Características do Humanismo

              Antes do pensamento humanista, o centro do pensamento era Deus, um pensamento teologista. A partir deste movimento, passa a haver um antropocentrismo. Para o homem Renascentista, o ser humano continua a ser uma obra de Deus mas tem livre-arbítrio e é dono das suas decisões, podendo decidir o seu destino. A obra humana passa a ser valorizada não como uma obra de Deus mas como sua própria criação. Submeteu o sensorial ao racional, resultando numa necessidade de retratar o mundo tal como era, percepcionando pelos olhos e não numa visão idealizada.

Humanismo Social

              O humanismo também afetou a sociedade nas ideias políticas, nascendo a república no início do século XV. A ideologia baseava se na crença que cada indivíduo, cada cidadão tinha a capacidade de participar nas acções politicas, dando ênfase á autonomia humana.

Nascimento do Classicismo

              O movimento nasceu em Itália, Florença, quando se deu a queda do Império Bizantino e se começaram a estabelecer relações comerciais com os países Islâmicos. Esta nova maneira de pensar, baseada no período clássico. O Homem no centro da ação artística, em contraste com a arte até ali produzida que seguia apenas e fielmente a Igreja Cristã e as imagens religiosas, cujos temas eram bíblicos ou de evocação divina.  Com a queda da Grécia e de Roma, a Europa entrou numa fase negra, em que o pensamento estagnou, e toda a herança do mundo antigo desapareceu. 

               Neste período foram revividos vários tipos de artes perdidas, como o teatro e música. A ópera é a tentativa Européia de recrear a arte de dançar e cantar com o teatro, á maneira Grega. O teatro sofreu a influência da arte Grega, sendo introduzida a tragédia e a comédia. Exemplos do apelo ao Classicismo são Dante, Petrarca e Shakespeare.

 

Inovações trazidas com o humanismo e classicismo

              As ordens arquitectónicas foram de novo seguidas. O Triângulo Dourado foi de novo visto como a chave da proporção dos edifícios. Renasceu também o interesse pelas artes plásticas como a utilização de bronze para escultura, e utiliza se grande naturalismo nas bases do desenho, pintura e escultura.

              A crise do Renascimento Humanista deu se após o julgamento de Galileu, que se centrou na questão da autoridade do poder das crenças da pessoa segundo a observação ou pela religião. Este julgamento criou as contradições entre os humanistas e os religiosos tradicionais, sendo os humanistas classificados como ‘’uma doutrina perigosa’’

 

Manifestações culturais em Portugal

                 O teatro foi a manifestação literária onde se evidenciaram mais fortemente as características desse período. Gil Vicente foi o nome que mais se destacou, escrevendo mais de 40 peças. 

A sua obra pode ser dividida em 2 blocos. Os autos, peças teatrais cujo assunto principal é a religião, como o  “Auto da alma” e “Trilogia das barcas”. E farsas, peças cómicas curtas, com um enredo baseado no quotidiano. “Farsa de Inês Pereira”, “Farsa do velho da horta”, “Quem tem farelos?” são alguns exemplos.

             Na literatura poética também existiram manifestações. Em 1516 foi publicada a obra “Cancioneiro Geral”, uma coletânea de poemas de época. O cancioneiro geral resume 2865 autores que tratam de diversos assuntos em poemas amorosos, satíricos, religiosos entre outros.

             Na prosa vemos a existência de crônicas, que registravam a vida dos personagens e acontecimentos históricos. Fernão Lopes foi o mais importante cronista da época, tendo sido considerado o “Pai da História de Portugal”. Foi também o primeiro cronista que atribuiu ao povo um papel importante nas mudanças da história, sendo essa importância anteriormente atribuída somente à nobreza.